quarta-feira, 8 de outubro de 2008

sexta-feira, 3 de outubro de 2008




PREDESTINAÇÃO


Desde antes de sua carreira de piloto realmente "decolar", François tinha uma namorada de longa data, que se chamava Anne Van Malderen. `Nanou`, como era carinhosamente chamada, era uma garota linda e extrovertida que Cevert havia conhecido em St.Tropez em 1964. Ela era casada, o que complicou um pouco as coisas inicialmente, mas o casal logo formou um forte laço que duraria vários anos. O que vem a seguir são as palavras dela:

Uma vez, em 1959, fui com minha mãe encontrar uma vidente que lhe tinha sido recomendada. A mulher vivia em uma casa simples, nada em sua forma ou decoração fazia crer que havia um elo com o "outro mundo". Ela não lia cartas, nem tinha bola de cristal. O que ela fazia era olhar para você por um longo tempo e estudar uma fotografia, quando lhe traziam uma. E então ela se concentrava, silêncio total. "Despertava" somente para começar a escrever, e então escrevia até sua letra tornar-se ilegível. Então, e só então, parava de escrever.
Eu tinha 20 anos na época, tinha ido somente para acompanhar minha mãe. Era completamente cética naquele tempo sobre esse tipo de revelações sobre um possível futuro. De repente a vidente pareceu reparar em mim e me fixou-me em seus olhos."Preciso falar com você", ela disse. Surpresa, a segui até o quarto.

"Seu casamento não vai durar, você vai encontrar um jovem que vai deixar marcas profundas em sua vida...você vai ser profundamente feliz...posso ver os olhos azuis dele...posso ver o mar...vocês vão se encontrar perto do mar".

Eu tinha acabado de me casar, então isso me deixou pensativa por algum tempo. E acabei esquecendo. Em 1964, conheci François Cevert em St.Tropez, perto do mar.
Dois anos depois, quando François decidiu tentar o Shell Scholarship (competição cujo vencedor seria patrocinado na F3), senti necessidade de retornar à vidente para saber o que o destino havia reservado para nós dois.

Quando lá cheguei, não disse uma palavra sobre François. Apenas entreguei uma fotografia dele. Ela permaneceu em silêncio por aproximadamente uma hora. Eu não disse nada. "Você já veio aqui antes", ela disse, e então "Você o encontrou! Que estranho, a foto dele está toda embaralhada com essa máquina estranha - tem rodas, mas não corpo - o que poderia ser?"
"É um carro de corrida", eu disse, "Ele quer ser piloto de corridas".
Fiquei com medo de repente.

"Isso não significa nada, ela provavelmente te reconheceu - eu mostrei sua foto para ela..."
"Ela também te disse que eu não viveria até os 30?"
"François, isso é bobagem! Essas velhinhas falam pelos cotovelos, como pode alguém prever o futuro?"
"Então ela disse isso para você também?"
Ele olhou para mim e sorriu. "De que importa? Até lá, já terei sido campeão do mundo. Desaparecer no auge da fama - que morte gloriosa".
Ele me tomou em seus braços e me beijou.

François Cevert morreu em 6 de Outubro de 1973 durante os treinos para o GP dos EUA. Seria o último GP antes de seu aniversário de 30 anos.
Alguns anos após a morte de Cevert, Nanou decidiu, após discussões com a família de François, revisitar a vidente, já uma mulher idosa. Novamente, ela entregou a foto de François, desta vez de quando ele era criança, para que ela não pudesse reconhecê-lo. Novamente a vidente olhou para a foto e fechou os olhos e imergiu em profundo silêncio.
Finalmente, ela abre os olhos, olha para Nanou e diz : "Ele está morto".

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

GRANDE PRÊMIO DOS ESTADOS UNIDOS DE 1973


Watkins Glen, 7 de outubro de 1973


A derradeira etapa do Campeonato Mundial de 1973 apresentou muitas novidades.

Era a última corrida de Emerson Fittipaldi na Lotus. Ele assinou contrato com a McLaren, para quem correrá em 1974.

Emerson chegou a receber uma proposta tentadora para permanecer na Lotus.

Ele não concordou.

O que afastava Fitipaldi da Lotus era a política de dois pilotos com igualdade de tratamento.

Emerson queria ser o primeiro piloto destacado.

Ele achava que a divisao de atencoes com Peterson, tinha sido um dos fatores da perda do campeonato.

Na McLaren ele teria todas as regalias que o status de primeiro piloto proporciona.

Enquanto isso, eram muito fortes os boatos de que J. Stewart estava preparando a aposentadoria.

Alguns dias antes do GP dos Estados Unidos, Stewart tinha ido descansar nas Bermudas.

Levou com ele, além da mulher Helen, o inseparável companheiro Francois Cevert.

Também estavam lá, Peterson e esposa.

Stewart brincava, as gargalhadas, que os boatos sobre a sua aposentadoria eram plantados por Cevert.

Ele dizia que a sua aposentadoria era a única chance de Cevert ganhar alguma coisa.

Cevert respondia, também brincando, que seria campeao em 1974, com ou sem Stewart.



Francois Cevert dizia que a nova fase teria início no próximo grande prêmio.

A pista era Watkins Glen.

Lá, ele tinha vencido o G.P. de 1971 e iria repetir a dose dentro de tres dias.

Os treinos.

Tres dias se passaram.

Francois Cevert, com 29 anos, deixou os boxes e foi para a pista, iniciando a sua participacao nos treinos classificatórios.

Dois minutos depois, Cevert passou pela frente dos boxes em velocidade moderada.

Abanou alegremente para todos.

Cevert abriu a volta rápida e, na Segunda perna dos esses, subiu na lavadeira, decolou e bateu a pleno no guard-rail.

O choque foi a 250 km/h.

O Tyrrell foi jogado de volta a pista e subiu no guard-rail do outro lado.

O carro, com as rodas para cima, arrastou-se pela lâmina do guard-rail pôr 100 metros.

Parecia filme de terror.

O corpo de Francois Cevert foi esquartejado.

Os pilotos, na sua maioria amigos de Cevert, chegavam ao local do acidente tentando prestar algum socorro.

Quando viam o que restou do frances, entravam em desespero.

Jose Carlos Pace, fazendo 29 anos naquele Sábado, chorava convulsivamente.

Stewart e sua mulher Helen foram amparados por Ken Tyrrell que os levou para o trailer da equipe.

Helen precisou ser medicada.

As atencoes voltavam-se para o box da BRM.

Lá, um imóvel Jean-Pierre Beltoise recusava-se a sair do carro.

Ken Tyrrell foi até ele.

Com todo o cuidado, conseguiu convence-lo a sair do carro e descansar no trailer, onde Stewart e Helen estava sendo atendidos pelos médicos.

Depois de receber alguns calmantes, Beltoise foi para o telefone e ligou para Paris.

Do outro lado da linha estava a mulher de Beltoise que também era irma de Cevert.

Os treinos recomecaram uma hora depois.

As posicoes e os tempos, conquistados antes do acidente, não foram superados por ninguem.

Os pilotos cumpriam o tempo regulamentar sem nenhuma motivacao.



Ronnie Peterson, com Lotus 72D foi o pole position.

Carlos Reutemann, Brabham BT 42, obteve a Segunda posicao no grid de largada.

Emerson, com o outro Lotus, ficou em terceiro.

James Hunt foi o quarto.

Stewart, o quinto.

Jose Carlos Pace, ao volante de um Surtees, ficou em 9o lugar.

Wilson Fittipaldi Jr, com Brabham BT42, obteve apenas a 25a posicao.

Os alto-falantes comunicaram a morte de Francois Cevert

Pediram um minuto de silêncio.

A Marselhesa foi tocada para um autódromo emocionado.

A corrida.

O Domingo amanheceu, e com ele, a notícia da decisao de Sewart abandonar as pistas.

Ele não correria no GP dos Estados Unidos.

Stewart nunca mais correu.

Largaram.

Peterson, confirmando a pole position, assumiu a ponta da corrida.

Carlos Reutemann, muito bem, estava em segundo lugar.



Emerson em terceiro.

Poucas voltas depois, James Hunt aproveitou-se de um erro de Emerson e passou a sua frente.

Emerson caiu para quarto lugar.Logo depois, andando extremamente rápido, James Hunt ultrapassou Reutemann conquistou o segundo lugar.

Os quatro primeiros eram:

  • Peterson, Hunt, Reutemann e Emerson.

A lotus de Emerson Fittipaldi comecou a apresentar problemas de estabilidade.

Mike Hailwood, pilotando outro Surtees, aproveitou-se e passou Emerson, conquistando o quarto lugar.

O carro de Emerson estava cada vez pior.

E, ao mesmo tempo, o carro de Peterson estava cada vez melhor.

Ronnie Peterson estava tranquilo na frente.

Emerson foi ultrapassado pôr Hulme e Scheckter.

Pouco depois, Hailwood abandonou com problemas na suspensao.

Scheckter rodou e ficou parado na frente de Emerson.

O brasileiro, evitando a batida, travou as rodas do seu carro. Os pneus ficaram quadrados e ele foi para os boxes trocá-los.

Perdeu uma posição para Revson.

James Hunt, fazendo bela corrida, estabeleceu a melhor volta da prova.

E grudou em Peterson.

Hunt tentou passar Peterson várias vezes.

Não conseguiu.

A corrida foi para o seu final sem nenhuma outra modificacao.

Os seis primeiros foram, Peterson, Hunt, Reutemann, Hulme, Revson e Fittipaldi.

O Grande Prêmio dos Estados Unidos de 1973 entrou para a história.

Emerson correu pela última vez na Lotus.

Stewart abandonou a fórmula 1.



E, lamentavelmente, foi o palco da morte de François Cevért.


Campinas, 14 de julho de 2001

Claudio Medaglia




OS RESULTADOS



1966
• Vainqueur du ‘Volant Shell’ à Magny-Cours.

1967
• 4e Magny-Cours (Alpine) F3
• 4e Nogaro (Alpine) F3

1968
• 1er Grand Prix de Paris à Montlhéry (Tecno) F3
• 1er La Châtre (Tecno) F3
• 1er Grand Prix de Madrid (Tecno) F3
• 1er Nogaro (Tecno) F3
• 2e Reims (Tecno) F3
• 2e Coupe de Paris à Montlhéry (Tecno) F3
• 2e Coupe de Salon à Montlhéry (Tecno) F3
• 3e Monza (Tecno)
• 1er Albi (Tecno) F3
CHAMPION DE FRANCE DE FORMULE 3

1969
• 1er Reims (Tecno) F2
• 3e Grand Prix de la Méditerranée à Rome (Tecno) F2
• 3e Grand Prix de la Loterie à Monza (Tecno) F2
• 3e Trophée d’Europe F2

1970
• 1er Langelenbarn (Tecno) F2
• 1er 1.000 kilomètres de Paris à Montlhéry, avec Jack Brabham (Matra) Sport Prototypes

1971
• 1er Vallelunga (Tecno) F2
• 1er Nurburgring (Tecno) F2
• 1er Course de côte Villard-sur-Ollons (Tecno)
• 5e Trophée d’Europe F2
CHAMPION DE France FORMULE 1/FORMULE 2


1972
• 2e Thruxton (March) F2
• 5e Crystal Palace (March) F2
• 1e Donnybroocke (McLaren) Canam
• 2e Elkhart Lake (McLaren) Canam
• 3e Laguna Seca (McLaren) Canam
• 5e Challenge Canam
• 2e Championnat de France F1/F2

1973
• 1er Grand Prix de Pau (Elf 2) F2
• 1er 1.000 kilomètres de Vallelunga (Matra) avec Pescarolo-Larrousse Sport
• 2e 1.000 kilomètres d’Autriche (Matra) avec Beltoise Sport
• 3e 1.000 kilomètres de Dijon (Matra) avec Beltoise Sport


LES GRANDS PRIX DE FRANCOIS CEVERT

1970 (March)
Grand Prix de Hollande à Zandvoort : abandon au 32e tour (moteur)
Grand Prix de France à Charade : 11e, à un tour
Grand Prix d’Angleterre à Brands Hatch : 7e, à un tour
Grand Prix d’Allemagne à Hockenheim : 7e, à un tour
Grand Prix d’Autriche à Zeltweg : abandon au 1er tour (moteur cassé)
Grand Prix d’Italie à Monza : 6e, premier point du championnat du monde !
Grand Prix du Canada à Mosport : 9e, a cinq tours
Grand Prix des Etats-Unis à Watkins Glen : abandon au 63e tour (roue arrière cassée)
Grand Prix du Mexique à Mexico : abandon au 9e tour (moteur cassé)

1971 (Tyrrell)
Grand Prix d’Afrique du Sud à Kyalami : abandon au 47e tour (accident)
Grand Prix d’Espagne à Barcelone-Montjuich : 7e, à un tour
Grand Prix de Monaco : abandon au 5e tour (suspension et roue arrière cassées)
Grand Prix de Hollande à Zandvoort : abandon au 29e tour (accident)
Grand Prix de France à Paul-Ricard : 2e derrière Stewart, premier doublé de team Elf-Tyrrell
Grand Prix d’Angleterre à Silverstone : 10e, à trois tours
Grand Prix d’Allamagne au Nurburgring : 2e derrière Stewart, deuxième doublé du team Elf-Tyrrell

Grand Prix d’Autriche à Zeltweg : abandon au 42e tour (boite et moteur)
Grand Prix d’Italie à Monza : 3e
Grand Prix du Canada à Mosport : 6e, à deux tours
Grand Prix des Etats-Unis à Watkins Glen : 1er

1972 (Tyrrell)
Grand Prix d’Argentine à Buenos Aires : abandon au 59e tour (boite de vitesses)
Grand Prix d’Afrique du Sud à Kyalami : 9e, à un tour
Grand Prix d’Espagne à Madrid-Jarama : abandon au 65e tour (allumage)
Grand Prix de Belgique : 2e
Grand Prix de France à Charade : 4e
Grand Prix d’Angleterre à Brands Hatch : abandon au 60e tour (accident)
Grand Prix d’Allamagne au Nurburgring : 10e
Grand Prix d’Autriche à Zeltweg : 9e, à un tour
Grand Prix d’Italie à Monza : abandon au 14e tour (moteur cassé)
Grand Prix du Canada à Mosport : abandon au 51e tour (boite de vitesses)
Grand Prix des Etats-Unis à Watkins Glen : 2e derrière Stewart, troisième doublé du team Elf-Tyrrell

1973 (Tyrrell)
Grand Prix d’Argentine à Buenos Aires : 2e
Grand Prix du Brèsil à Interlagos : 10e, à duex tours
Grand Prix d’Afrique du Sud à Kyalami : abandon, pas classé
Grand Prix d’Espagne à Barcelone-Montjuich : 2e
Grand Prix de Belgique à Zolder : 2e derrière Stewart, quatrième doublé du team Elf-Tyrrell
Grand Prix de Monaco : 4e à un tour
Grand Prix de Suède à Anderstop : 3e
Grand Prix de France à Paul-Ricard : 5e
Grand Prix d’Angleterre à Silverstone : 5e
Grand Prix de Hollande à Zandvoort : 2e derrière Stewart, Cinquième doublé du team Elf-Tyrrell
Grand Prix d’Allamagne au Nurburgring : 2e derrière Stewart, sixième doublé du team Elf-Tyrrell
Grand Prix d’Autriche à Zeltweg : accident
Grand Prix d’Italie à Monza : 5e
Grand Prix du Canada à Mosport : accident

COURSE D' ENDURANCE 1973


6 Heures de Vallelunga 25 mars 1973
1er MATRA-SIMCA Pescarolo – Larrousse – Cevert
1.000 kilomètres de Dijon 15 avril 1973
1er MATRA-SIMCA Pescarolo – Larrousse
3e MATRA-SIMCA Beltoise – Cevert
1.000 kilomètres d’Autriche 24 juin 1973
1er MATRA-SIMCA Pescarolo – Larrousse
2e MATRA-SIMCA Beltoise – Cevert


CHAMPOINNAT DU MONDE DES CONSTRUCTEURS


1er MATRA-SIMCA 124 points
2e FERRARI 115 points
3e PORSCHE 82 points


POLE POSITION 1973

6 Heures de Vallelunga
MATRA-SIMCA 670 Beltoise – Cevert 1’08’’55
1.000 kilomètres de Dijon
MATRA-SIMCA 670 Beltoise - Cevert 59’’04
1.000 kilomètres de Monza
MATRA-SIMCA 670 Beltoise – Cevert 1’21’’13
1.000 kilomètres de Nurburgring
MATRA-SIMCA 670 Beltoise – Cevert 7’12’’08
1.000 kilomètres d’Autriche
MATRA-SIMCA 670 Beltoise – Cevert 1’37’’64
6 Heures de Watkins Glen
MATRA-SIMCA 670 B Beltoise – Cevert 1’42’’02


RECORDS DU TOUR 1973


1.000 kilomètres de Dijon
MATRA-SIMCA (Cevert) 1’00’’6 moyenne 190,634 km/h
1.000 kilomètres de Monza
MATRA-SIMCA (Cevert) 1’21’’9 moyenne 252,747 km/h
Ancien record (1971)
Rodriguez (Porsche 917K) 1’24’’0 moyenne 246,428 km/h
1.000 kilomètres de Nurburgring
MATRA-SIMCA (Cevert) 7’20’’3 moyenne 186,700 km/h
Ancien record (1971)
Ickx (Ferrari 312) 7’40’’8 moyenne 178,400 km/h
1.000 kilomètres du Mans
MATRA-SIMCA (Cevert) 3’39’’6 moyenne 223,607 km/h
Ancien record (1972)
Van Lennep (Lolo T 280) 3’46’’9 moyenne 213,416 km/h